Não é razão para alarme ou pânico e muito menos para considerar a hipótese de ser frígida,para os homens este assunto pode ser um pouco e tanto delicado,pois quando a parceira desperta um certo desinteresse para o sexo ou intimidade,para eles é sinónimo de que algo esta mal ou de que ele ja não a satisfaz,mas é aí que eles enganam-se. Todas as mulheres já passaram, passam ou irão passar por uma perda do desejo sexual,normalmente, as que se sentem desmotivadas tendem a falar com as amigas, outras preferem falar com psicólogos ou psiquiatras. Poucas são as que tentam uma conversa com o seu parceiro pois tentam não ferir o ego dele, ou sentem-se desconfortáveis em falar sobre isso com os mesmos. Em relação a este, há duas possíveis reacções: ou fingem prazer, mantendo-o na ignorância da realidade, ou fogem de qualquer contacto íntimo, gerando por sua vez no parceiro a sensação de rejeição. Mas será que é ele o responsável pela ausência completa de fantasias eróticas e do desejo de fazer sexo?
Fiz uma pequena investigação falando com uma especialista( Ginecologista) e eis a sua opinião: “Implica uma diminuição da libido e o tratamento desse mesmo quadro – que envolve fármacos, os chamados antidepressivos – ajuda a agravar a diminuição da libido. Ou seja, temos o quadro depressivo que é caracterizado por astenia, desinvestimentos no quotidiano e em si mesma, humor deprimido. As mulheres perdem a vontade de se arranjar e de fazer coisas, perdem o entusiasmo por actividades que antigamente as motivavam muito e também perdem a libido. Esta é a principal razão pela qual as pessoas recorrem a uma consulta de psiquiatria.”
O desajuste dá-se quando um dos parceiros da relação se sente rejeitado e o outro, por sua vez, se sente culpado: “O outro elemento sentir-se-á rejeitado pela não predisposição para um contacto sexual e muitas pessoas não entendem que isso não tem a ver com o próprio, nem com a performance que eles possam ter. Tem a ver com o estado de humor deprimido, que implica um certo cansaço psicológico e físico. Tentar explicar isto é muito complicado. É raro o elemento do sexo masculino que não se situe no centro da questão. Daí a rejeição e a frustração, já que se sentem atingidos na sua virilidade. Por outro lado, existe a culpabilização do sexo feminino: ‘Não sou boa na cama. Não sei o que se passa comigo.’”
Mas existem outros factores que determinam a diminuição da libido. "Pode acontecer no início da menopausa, durante a gravidez ou no pós-parto, devido a alterações hormonais, ou quando as pessoas estão com uma vida cheia de stress e problemas para resolver. Para a diminuição da libido contribuem também “as relações com extrema facilidade. Mata-se a curiosidade e a coisa morre por ali. É a relação chewing-gum”. E a psiquiatra sugere: “Uma coisa mais sedutora seria uma única relação, mas com perfeccionismo, com o culto de uma intimidade grande, de um certo despudor da alma e do corpo, o erotismo na totalidade. Um certo espaço de exploração com uma mesma relação implica o melhoramento da mesma.”
Mas se a diminuição da libido é algo normal e recorrente – “Todas as mulheres notarão, até ao longo do próprio ciclo do mês, alturas em que a libido está mais incendiada e outras em que está mais ténue” –, a aversão sexual já é uma questão mais complexa: “Se uma mulher ao longo da sua vida nunca obteve prazer sexual com o parceiro, pode ser inépcia deste. Mulheres com vários parceiros que nunca tiveram orgasmo e não têm qualquer apetência para uma relação sexual saudável, eventualmente têm um problema de frigidez. E isso pode e deve ser resolvido do ponto de vista médico”, explicou a Doctora
Melhorar e incrementar o potencial sexual é legítimo e é humano. Mas tomar doses de químicos para fazer renascer o desejo perdido são medidas que fazem mais sentido “quando, em simultâneo com a parte física, se junta uma boa dose de afecto”. Para a psiquiatra, o primeiro passo a dar para a tentativa de resolução de um problema tão complexo para o casal é este começar a interrogar-se: “Tem de questionar o que se está a passar, saber se está a atravessar um período depressivo, se a relação está a esfriar um bocadinho. Ou seja, no âmbito psicológico, tentar perceber quais as motivações que diminuíram a libido. Isto é muito importante para resolver a questão. Sem perceber o porquê, não é o químico que resolve, apenas tira o sintoma. A questão de fundo é o tal questionar-se sobre ela própria e a relação.”
Sem comentários:
Enviar um comentário